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Ilhas, Montanhas e outros territórios rurais Atitudes face ao Ambiente: uma abordagem teórica Metodologia para Avaliar as Atitudes face ao Ambiente Disentangling Marginalisation Processes in Rural Portugal A Olivicultura Moderna como pilar de Desenvolvimento Rural Sustentável Análise Municipal da Dinâmica Estrutural das Explorações de Vacum da Província de Lugo A Periferia das Periferias: Áreas protegidas em Espaços Rurais Instalação de Jovens Agricultores: Experiências Comparadas em Três Países da UE Hábitos de Consumo e de Conhecimento dos Consumidores sobre o Azeite A Fileira da Castanha: Situação Actual dos Mercados A Multifuncionalidade Agrária como Instrumento para o Desenvolvimento Agro-Rural dos Açores A Multifuncionalidade na Agricultura e as Suas Valências Valorização do Património Genético Regional Através do Modo de Produção Biológico: o caso da maça Sustentabilidade dos Espaços Rurais Face à Pressão Conservacionista
Percepções e Significados dos Espaços de Montanha: da desarticulação produtiva à revalorização eco- cultural Fernandes, G. P. Departamento de Ciências Sociais e da Natureza. ESEG – IPG. goncalopoeta@ipg.pt Os espaços de montanha têm conhecido diferentes significados e percepções em função da sua acessibilidade, exploração, usos e funções. Sendo percebidos como áreas de grandes imposições físicas e de fortes condicionalismos ao desenvolvimento de actividades económicas, especialmente as médias montanhas mediterrânicas, registaram desde meados do século XX uma significativa desarticulação produtiva e social, que se traduziu numa perda de mais de metade da sua população, no abandono das actividades agro- pastoris e no encerramento de numerosas unidades fabris. Esta situação incrementou a marginalização e fragilidade destes espaços, relativamente às áreas urbano- industriais. A manutenção de um significativo património eco- cultural, a par da valorização crescente das áreas de grande integridade ambiental, leva a que estes espaços sejam alvo de um interesse crescente das comunidades urbanas, nomeadamente para o seu usufruto ao nível do recreio e lazer. Assiste-se, na actualidade, a uma revalorização dos espaços de montanha, cuja fragilidade e especificidade implica a existência de intervenções no sentido do seu ordenamento, por forma à manutenção de velhos e novos usos e funções.
O Sector Agro- Alimentar no distrito de Castelo Branco: realizações potencialidades e estrangulamentos das empresas no sector Dinis, A. Docente do Departamento de Gestão e Economia. Universidade da Beira Interior. Bloco IV, Estrada do Sineiro 6200 Covilhã. adinis@fenix.ubi.pt O sector agro- alimentar constitui um dos sectores de actividade económica com maiores potencialidades nas zonas rurais do distrito de Castelo Branco. Todavia, estes territórios, pelas suas características de baixa densidade, representam, também, contextos particularmente adversos à empresarialidade. A questão crítica é, pois, compreender como, nestas circunstâncias, os agentes económicos conseguem criar e desenvolver empresas de relativo sucesso, i.e., tirar partido dessas potencialidades. Com este objectivo, apresenta-se nesta comunicação um estudo sobre o sector agro- alimentar no distrito de Castelo Branco, realizado com base em 14 estudos de caso de empresas ligadas ao sector agro- alimentar. A análise inclui aspectos relacionados com perfil de actividade, a origem do investimento empresarial, os recursos humanos, a organização, os mercados, a dinâmica da inovação e as relações com o meio envolvente. Para além de uma vertente descritiva, evidencia-se, também, ao longo da análise, a relação destes aspectos com o maior ou menor sucesso das empresas. Procede-se ainda a uma sistematização e discussão das principais dificuldades apontadas pelas empresas analisadas. Finalmente, tecem-se algumas considerações relativamente às potencialidades e estrangulamentos do sector agro- alimentar nos territórios de baixa densidade do distrito de Castelo Branco e as implicações em termos de políticas públicas.
Atitudes face ao Ambiente: uma abordagem teórica Silva, E.1 & Gabriel, R.2 1 Departamento de Ciências Agrárias. Universidade dos Açores. 9701- 851 Terra Chã. Angra do Heroísmo. Terceira.emiliana@mail.angra.uac.pt 2 Departamento de Ciências Agrárias. Universidade dos Açores. 9701- 851 Terra Chã. Angra do Heroísmo. Terceira. rgabriel@mail.angra.uac.pt As crenças ambientais, e o relacionamento do homem com o seu meio natural são alguns dos condicionantes do comportamento conservador do ambiente. Embora existam várias paradigmas que explicam a relação entre o Homem e o ambiente, neste trabalho considera-se o Novo Paradigma Ambiental, que defende que apesar dos homens terem características excepcionais, tecnologia e cultura, são dependentes das outras espécies do ecossistema. Apresentam-se os resultados de uma pesquisa bibliográfica sobre os factores que afectam as atitudes da população face ao ambiente. Os factores socioeconómicos que mais se relacionam com a percepção ambiental têm sido a idade, o nível de educação, a actividade profissional, e o nível de rendimento. Também são factores explicativos, o local de residência, a ideologia política, o género e a raça, embora estes tendam a estar menos relacionados com a percepção ambiental. Estes dados incluem-se no projecto: “As atitudes face ao ambiente em Regiões Periféricas”, financiado pela FCT e pelo FEDER.
Metodologia para Avaliar as Atitudes face ao Ambiente Gabriel, R.1 & Silva, E.2 1 Departamento de Ciências Agrárias. Universidade dos Açores. 9701- 851 Terra Chã. Angra do Heroísmo. Terceira.:mrgabriel@mail.angra.uac.pt 2 Departamento de Ciências Agrárias. Universidade dos Açores. 9701- 851 Terra Chã. Angra do Heroísmo. Terceira. memiliana@mail.angra.uac.pt Este trabalho surge no seguimento do projecto “As atitudes face ao ambiente em Regiões Periféricas” financiado pela FCT e o FEDER. Com este trabalho pretende-se apresentar e discutir quais as metodologias utilizadas para estimar as atitudes da população face ao ambiente. Como objectivo, pretende-se fazer uma pesquisa nos trabalhos mais recentes sobre as metodologias que têm sido aplicado a este tipo de investigação. Tem sido habitual considerar metodologias que estimam as atitudes face ao ambiente, incluídas em três grupos: intervenção do homem na natureza; os limites ao crescimento e controle e destruição do ambiente. As questões a considerar no estudo de opinião, deverão incluir as espécies endémicas, reservas naturais, recursos hídricos e políticas agro- ambientais.
Disentangling Marginalisation Processes in Rural Portugal Correia, M. T. P1 & Breman, B.2 1 Departamento Planeamento Biofísico e Paisagístico, Universidade de Évora, Portugal. mtpc@uevora.pt 2 Departamento Planeamento Biofísico e Paisagístico, Universidade de Évora, Portugal. basbreman@uevora.pt This study has come forth out of the EUROLAN-project which focuses on the processes and the consequences of marginalisation of agriculture and rural areas in various peripheral European countries. One of the countries where such an analysis of the situation concerning marginalisation took place was Portugal. Although marginalisation is not a new phenomenon it is believed that nowadays, partly also as a consequence from changes in the Common Agricultural Policy, the extent and the speed of the process in Europe, as well as its socio-economic and ecological consequences, are becoming more and more evident. At the same time though, the concept of marginalisation can also be confusing due to the fact that it is used to describe a wide range of processes with often very different origins or outcomes. During the ´80s and the ´90s there have been several attempts to disentangle the concept of marginalisation by describing the process on different scales, in different regions of Europe and with different outcomes. We believe that such a disentangling of the concept is crucial in the sense that it leads to more detailed understanding of the various ´faces´ of marginalisation and can thus help to influence the process and its consequences. Para documento completo contactar o(s) autor(es)
Pinto, A.S.1 ; Fragata, A.2, Martins, V. 3 1Departamento de Estatística Experimental, Economia e Sociologia Agrárias, Estação Agronómica Nacional, INIAP. Quinta do Marquês, 2784-505 Oeiras. alexandra. pinto@mail.telepac.pt 2Departamento de Estatística Experimental, Economia e Sociologia Agrárias, Estação Agronómica Nacional, INIAP. Quinta do Marquês, 2784-505 Oeiras fragata.ean@sapo.ptfragata.ean@sapo.pt 3Departamento de Estatística Experimental, Economia e Sociologia Agrárias, Estação Agronómica Nacional, INIAP. Quinta do Marquês, 2784-505 Oeiras O Regulamento (CE) N.º 2200/96, que enquadra as organizações (OP) e os agrupamentos de produtores (AP) de tomate de indústria, orienta as suas acções em torno de grandes objectivos, entre os quais se contam a “melhoria da qualidade dos produtos” e a “promoção de práticas de cultivo, técnicas de produção e de gestão de resíduos respeitadoras do ambiente”. Na prossecução destes objectivos, as estruturas organizativas devem dispor de recursos humanos qualificados (Reg. (CE) N.º 1433/2003) como condição para a concessão de apoio às “medidas destinadas a melhorar ou conservar um elevado grau de qualidade ou protecção ambiental”. Assim, desde meados da década de noventa, a produção de tomate para transformação recebe apoios para satisfazer as exigências da Organização Comum de Mercado em termos de qualidade, de segurança e de rastreabilidade da matéria-prima contratada com a indústria. A fim de melhor compreender como as estruturas organizativas dos produtores de tomate para indústria procuram responder a estes desafios, realizou-se um inquérito às OP e aos AP através do qual se procura conhecer: métodos de produção praticados; instrumentos utilizados para controlar a qualidade e segurança da matéria-prima a entregar na indústria; respeito por normas ambientais; critérios de valorização do tomate contratado. No universo de OP e AP, os resultados encontrados revelam, por um lado, que a rastreabilidade está largamente adoptada e, por outro lado, que o aumento do grau Brix e o seu controlo estão longe de estar generalizados e que as práticas respeitadoras do ambiente têm baixas taxas de adopção. Os resultados, no entanto, revelam também a existência de uma fracção importante de OP que se rege por regras exigentes e inovadoras.
A Olivicultura Moderna como pilar de Desenvolvimento Rural Sustentável Pinheiro, A. C. 1 ; Peça, J. O. 1 , Piçarra, I. A. 2 ; Santos, L. S. 3 & Barriguinha, A. 1 1 Universidade de Évora, Apartado 94, 7002 -554 Évora. pinheiro@uevora.pt 2 DRAAL – Divisão de Olivicultura Rua Serpa Pinto nº 35, 7860 – 069 Moura. 3DO – ENMP, Apartado 6, 7350 – 951 Elvas. A olivicultura é uma actividade com vasta tradição, desde tempos longínquos, no espaço mediterrâneo, nomeadamente em Portugal. A escassez de mão-de-obra, as práticas culturais por vezes desajustadas e o não acompanhamento do desenvolvimento verificado noutras fileiras têm relegado, esta actividade, para plano de menor evidência. A olivicultura está igualmente associada a aspectos relacionados com a degradação do ambiente e como tal com a má imagem que, por vezes, se faz passar da actividade agrícola. O abandono que se tem verificado em vastas zonas de produção de olival tem conduzido a que Portugal seja hoje importador de azeite. A mobilização do solo, com grades de discos e escarificadores, continua a ser a prática mais comum de controlo das infestantes dos olivais portugueses. Havendo grandes áreas de olival plantado em zonas de declive acentuado, a mobilização favorece a erosão hídrica. O arrastamento de grandes massas de solo, e de fertilizantes, para as linhas de água contribui para a redução da fertilidade do solo e para a diminuição da qualidade da água e, como tal, influencia negativamente o ambiente. As massas de solo arrastadas têm igualmente efeitos negativos em diferentes infra-estruturas contribuindo para a imagem negativa associada à actividade agrícola. Práticas culturais que tenham em atenção o respeito pelo ambiente e, simultaneamente, a redução de custos e o aumento da qualidade e da quantidade das produções, poderão ser um meio que contribua para fixar as populações do Alentejo e de Trás-os-Montes regiões nas quais a olivicultura desempenha um papel importante na economia regional. Nesta comunicação os autores apresentam trabalhos que, desde 2000, têm vindo a ser desenvolvidos no âmbito dos projectos de investigação financiados pelos programas PEDIZA e AGRO cujos principais objectivos são demonstrar práticas alternativas em olivicultura que contribuem para: reduzir os efeitos negativos, desta actividade, no ambiente; para reduzir os custos de produção e para o aumento da quantidade e da quantidade da produção. Estas práticas, estamos em crer, contribuirão para fixar populações nas zonas rurais, nomeadamente no Alentejo e em Trás-os-Montes. Temos igualmente a convicção que contribuirão para o aumento da qualidade de vida das populações rurais e para reduzir as importações de azeite que presentemente se verificam. Contribuirão também para que, num futuro próximo, Portugal possa ser auto-suficiente em azeite.
Tibério, L.1 & Cristovão, A.1 1 UTAD, Departamento de Economia, Sociologia e Gestão Consciente da importância dos produtos agro- alimentares típicos e tradicionais para o desenvolvimento das regiões rurais europeias mais desfavorecidas, a União Europeia publicou em 1992 legislação comunitária relativa à protecção do nome de produtos que, pela sua origem geográfica e/ou modos particulares de produção, possuem características particulares. Estes produtos são vulgarmente designados de Produtos de Qualidade Específica ou Superior (PQS). Na União Europeia, em particular nos países do Sul (França, Itália, Portugal, Grécia e Espanha), existem, actualmente, um grande número de produtos com nome protegido, podendo usar comercialmente as qualificações Denominação de Origem Protegida (DOP) e Indicação Geográfica Protegida (IGP). Neste artigo analisa-se a construção da qualidade dos produtos DOP/IGP de Trás-os-Montes, através do estudo das percepções e atitudes dos diferentes actores que operam nas suas fileiras. São apresentados resultados na perspectiva institucional, da produção, distribuição e do consumo e evidenciados os diferentes factores, dimensões e mecanismos de garantia da qualidade deste tipo de produtos bem como as múltiplas formas de coordenação que regulação as relações entre actores. Os princípios teóricos da Economia das Convenções (pluralidade das convenções de qualidade e das formas de coordenação) e o Modelo CQFD servem de suporte teórico à análise empírica efectuada.
Análise Municipal da Dinâmica Estrutural das Explorações de Vacum da Província de Lugo Valdês, B.1; López, E. 2; Sineiro, F. 2; Lorenzana, R. & Ribas, A3 1 Departamento de Economia Aplicada. Universidade de Santiago de Compostela. 2Departamento de Economia Aplicada/IDEGA. Universidade de Santiago de Compostela. 3 IDEGA. Universidade de Santiago de Compostela. O artigo analisa a evolução das explorações com vacas da província de Lugo de 1989 a 1999. A análise realiza-se a nível municipal, utilizando as bases de dados anonimizadas dos Recenseamentos agrícolas de 1989 e 1999. Segundo este último recenseamento Lugo é a província do Estado Espanhol com um maior número de cabeças de bovino, 486.464 frente a um total de 6.360.827. Parte-se da análise da viabilidade demográfica e económica das explorações com vacas da província de Lugo em 1989. A viabilidade demográfica refere-se a um período de 10 anos, e estima-se pela existência de algum trabalhador familiar menor de 55 anos na exploração. A viabilidade económica estabelece-se a partir do rendimento agrário medido através da MBS. Cruzando ambas variáveis classificam-se as explorações com vacum em 4 grupos e analisa-se a nível municipal a correlação entre o peso dos distintos grupos e a percentagem de desaparição de explorações de vacum entre 1989 e 1999, assim como com outras variáveis referidas à sua evolução estrutural (SAU, tamanho do rabanho,...). Posteriormente utilizando uma série de variáveis referidas às explorações de vacum e sócio- demográficas dos distintos municípios estabelece-se uma classificação dos 66 municípios que tinha a província em 1989, para a partir daí estudar se a evolução no período intercensual dos municípios classificados nos distintos grupos também e se dez anos depois permanecem as mesmas diferenças. Partindo destes resultados tratam-se de obter conclusões sobre a dinâmica previsível das explorações de vacum nos distintos municípios da província de Lugo e também alguns apontamentos sobre como a evolução do subsector de vacum pode afectar ao tecido sócio- económico destes municípios.
Vieira, J.1; Fernandes, A.1; Martins, V.2 & Moreira, N.3 1Direcção Regional de Agricultura de Trás-os-Montes, Quinta do Valongo, 5370-087 Carvalhais MDL 2Parque Natural do Alvão, Largo dos Freitas. 5000 - 528 VILA REAL 3Dep. de Fitotecnia. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Apartado1013 5001-911 Vila Real No âmbito de um projecto de estudo sobre os lameiros de Trás-os-Montes, visando a sua avaliação, maneio e sustentabilidade dos sistemas agro-pecuários de montanha em que estão inseridos, procedeu-se a inquéritos a agricultores em quatro sub-regiões em que estas pastagens permanentes são uma importante componente. Os inquéritos foram realizados por entrevistas directas, conduzidas em 1999 nas sub-regiões de a) Barroso (Montalegre e Boticas); b) Alvão-Padrela (Vila Pouca de Aguiar e Vila Real); c) Planalto (Miranda do Douro e Vimioso); d) Montesinho (Bragança e Vinhais). Nas três últimas sub-regiões as amostras inquiridas foram de vinte agricultores, mas na sub-região do Barroso procedeu-se a um trabalho mais aprofundado, sendo inquiridos 381 agricultores. A média das áreas de superfície agrícola útil das explorações inquiridas foi de a) 12,8 ha, b) 9,8 ha, c) 42,7 ha e d) 45 ha, representando os lameiros, 70% da SAU em a), 61% em b), 35% em c) e 27% em d). Os encabeçamentos médios reportados em cabeças normais (CN) foram de 0,83 (a), 1,28 (b), 0,44 (c) e o,82 (d) CN ha-1 SAU. Nos últimos anos regista-se um decréscimo das áreas de cultivo de cereais praganosos (trigo e centeio), um aumento das áreas de milho ou milharada e de lameiros, com a correspondente tendência para o aumento dos efectivos pecuários. Para além do pastoreio e do feno dos lameiros, os animais utilizam ainda forragens de milharada, ferrejos, sachadas (batata, nabos e beterraba), pastoreio de baldios e rações. Como limitações para o desenvolvimento/aumento da produção, os agricultores apontam a reduzida disponibilidade das quotas de prémios e a limitação de pasto e/ou feno dos lameiros. Inquiridos sobre as suas intenções no curto/médio prazo os agricultores do Planalto e de Montesinho manifestaram-se maioritariamente pelo aumento dos efectivos, enquanto que os do Barroso e do Alvão- Padrela pela manutenção. Em todas as quatro sub-regiões era pequeno o número de agricultores com intenções de reduzir o efectivo pecuário. Em resposta à pergunta sobre a possibilidade de florestação de terras agrícolas, a maioria dos agricultores não a pretende, e entre os que prevêem essa possibilidade, é sobretudo as terras de cultivo e não os lameiros que consideram poder florestar. Sobre a sucessão na exploração, os inquiridos consideram que está assegurada em 50% das explorações do Barroso, em apenas 20% no Alvão- Padrela, 15% no Planalto e, pelo contrário, em 80% no Montesinho. As idades médias dos agricultores inquiridos foram de 49 anos (a), 54 (b), 41 (c) e 47 (d). Os lameiros e a produção pecuária têm grande e crescente importância nos sistemas agro-pecuários de montanha de Trás-os-Montes e os agricultores predominantemente apostam na sua manutenção ou aumento. O principal risco para a sustentabilidade destes sistemas deriva das dificuldades de sucessão das explorações, o que dadas as idades médias registadas nos inquéritos não será um problema no curto- médio prazo, mas sobretudo a longo prazo.
A Periferia das Periferias: Áreas protegidas em Espaços Rurais Figueiredo, F. Socióloga. Doutorada em Ciências Aplicadas ao Ambiente. Professora Auxiliar no Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro – 3810-193 – Aveiro. Tel. 234372594. Fax: 234429290- Email: elisa@dao.ua.pt Em Portugal, as análises relativas às Áreas Protegidas que ultrapassem os seus aspectos formais e tomem em consideração conflitos de interesses e legitimidades não são abundantes. Efectivamente, a maior parte da investigação científica realizada sobre estas áreas relaciona-se sobretudo com a caracterização dos seus elementos naturais e (embora em menor escala) com a análise socioeconómica. Tendo em conta esta realidade realizámos entre Junho e Dezembro de 1997, um Inquérito por Questionário às Áreas Protegidas então existentes em Portugal Continental1, de modo a procurar conhecer o tipo de problemas com se debatem, os conflitos que ocorrem no seu interior, assim como obter alguns elementos úteis à sua caracterização. Partimos da constatação de que a maioria das áreas protegidas nacionais foi instituída em espaços rurais periféricos (de montanha, interiores) ou com uma forte componente rural. A maior parte destes espaços possui população residente, sendo que foi esta ocupação humana e os usos sociais e económicos dos elementos e recursos naturais que contribuíram para a sua configuração actual e, em consequência, para a necessidade institucional da protecção e conservação. Em Portugal Continental, cerca de 50% da área incluída na Rede Nacional de Áreas Protegidas pode ser classificada como área de montanha e aproximadamente 80% como área desfavorecida. Podemos considerar estas áreas como a “periferia das periferias. Espaços que não são sujeitos a pressões urbanas ou industriais. São áreas de problemas antigos no que se refere às populações locais, que nunca foram resolvidos de forma satisfatória” (Figueiredo, 1998: 16). Apesar de este ser um reconhecimento relativamente comum, ao nível dos discursos institucionais de protecção do ambiente, o facto é que a criação e o funcionamento dos espaços protegidos portugueses não deram um contributo positivo para a resolução dos problemas que sendo partilhados com a maioria dos espaços rurais periféricos (e.g. a desertificação humana, a não diversificação do tecido económico local, a perda de dinamismo social) se agravam num cenário em que as restrições e regulamentações impostas no território parecem destinar-se a proteger os recursos e os elementos naturais dos seus próprios construtores no quotidiano, i.e., os habitantes. Mais ainda, o facto de a protecção do ambiente nestes espaços, marginalizados durante décadas e crescentemente despojados do seu argumento histórico – a actividade agrícola - ser instituída sem ter em atenção as populações residentes constitui-se um obstáculo quer à própria protecção, quer ao desenvolvimento social e económico que (ainda) for possível promover nas áreas rurais protegidas.
Instalação de Jovens Agricultores: Experiências Comparadas em Três Países da UE da UE Alberto, D. Professor Adjunto; Escola Superior Agrária de Castelo Branco, Quinta da Sra de Mércules, apartado 119, 6001-909 Castelo Branco deolinda@esa.ipcb.pt O envelhecimento do tecido empresarial agrícola é, normalmente, apontado como um estrangulamento à modernização e reconversão das explorações agrícolas. A definição e implementação de políticas de apoio à instalação de jovens agricultores é um dos vectores possíveis para contrariar esta tendência de envelhecimento que se verifica na maioria dos países europeus. Em Portugal as políticas de apoio à instalação e ao investimento de jovens agricultores iniciaram-se em 1986, com a entrada na (então) Comunidade Económica Europeia e foram postas em prática através dos mecanismos previstos na PAC.Contrariamente, noutros países, nomeadamente em França sempre existiu uma política nacional que, conjugada com a PAC tem permitido uma elevada taxa de instalação de jovens agricultores e contribuído, decisivamente, para o rejuvenescimento da população agrícola com a consequente dinâmica inerente a este facto. Nesta comunicação pretendemos analisar três modelos de políticas de apoio a jovens agricultores que são os utilizados em Portugal, Espanha e França. Proceder-se-á a uma análise comparativa das políticas, evidenciando os principais instrumentos de apoio, no respeitante aos aspectos formativos, informativos, estruturais e financeiros e apresentar-se-ão alguns resultados da sua aplicação.
Hábitos de Consumo e de Conhecimento dos Consumidores sobre o Azeite Jorge Rocha, J. 1; Pereira, F. 2 & Carqueja, L. 3 1Departamento de Economia e Sociologia Rural da Escola Superior Agrária de Bragança; Telefone: 273 30 33 07/8;jserras@ipb.pt 2Departamento de Economia e Sociologia Rural da Escola Superior Agrária de Bragança; Telefone: 273 30 33 07/8;fpereira@ipb.pt 3Departamento de Economia e Sociologia Rural da Escola Superior Agrária de Bragança; Telefone: 273 30 33 07/8 Os dados deste trabalho baseiam-se na realização de 200 inquéritos que decorreram durante os primeiros meses do ano de 2003 nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. Foram estudados vários aspectos relativos ao consumo de azeite que procuram testar as preferências e a “cultura” do consumidor sobre este produto, designadamente: * Atributos das diferentes gorduras, sendo de realçar, por um lado, a utilização que é dada ao azeite para consumo em cru e em cozinhados que não atingem grandes temperaturas e, por outro lado, o motivo de utilizarem essa gordura por ser mais saudável ser referido com maior expressão nos casos em que o azeite é o mais utilizado. Isto é, as pessoas relacionam o azeite com o facto de ser uma gordura saudável. * O consumo de azeite, verificando-se que, para 65% dos inquiridos a frequência de consumo é diária e que 34% consomem azeite pelo menos uma vez por semana. No entanto, este consumo tão frequente de azeite por parte dos inquiridos não se traduz num elevado consumo per capita como podemos ver no gráfico. Assim, verifica-se que 53% dos inquiridos refere que o seu consumo não passa dos 6 litros de azeite/ano e que para 31% esse consumo varia entre os 6 e os 12 litros/ano. Somente 13% têm consumos superiores a 12 litros de azeite/ano. * Quando questionados sobre qual o principal motivo que os levava a consumir azeite, dos inquiridos que responderam (162), 63% referem ser pelo facto de ser uma gordura saudável, 20% pelo sabor agradável que dá aos alimentos e 15% por ser um hábito/tradição. 83% dos inquiridos utiliza o mesmo azeite para diferentes usos culinários e apenas 17% utilizam azeites diferentes para usos culinários diferentes. Relativamente aos que utilizam azeites diferentes conforme a sua utilização em cru ou em cozinhados encontramos como características associadas a esses usos o grau de acidez, o preço e o sabor. * As razões que levam os inquiridos a escolher um determinado azeite. Metade dos inquiridos apontam como primeira razão para optarem por um determinado azeite o seu grau de acidez (56%) e não o tipo de azeite (Extra-Virgem, Virgem, Corrente,...), que como veremos mais à frente são termos muito pouco claros para a maioria das pessoas. Para outros, é a marca do azeite (20%) e a confiança que têm no produtor (9,5%) a principal razão. O preço e várias razões são apontados por 8%, respectivamente das pessoas como primeira razão para a escolha. * Quando compram o azeite, 61% dos inquiridos diz que faz a leitura do rótulo que acompanha a embalagem. Destes, 107 responderam quais as principais informações que procuravam nesse rótulo, sendo que 74% deles procuram ver o grau de acidez, 66% a marca e 47% o preço. O conhecimento sobre as categorias de azeite (azeite biológico, azeite DOP, azeite aromático, azeite virgem-extra e azeite virgem) é no geral escasso e muito pode ser feito para valorizar um azeite em geral e o azeite produzido em Trás-os-Montes em particular, quer seja ele de Denominação de Origem Protegida quer seja azeite de Produção Biológica. * Os principais locais de aquisição de azeite são o hiper/supermercado (cerca de 78% dos inquiridos) e o produtor, lagar ou cooperativa (19%), havendo porém alguns destes que não compram pois alguém da família produz o azeite que consomem em casa. O número de casos que encontrámos nesta situação corresponde a 7% dos inquiridos. Para os que compram o azeite no super/hipermercado as razões apontadas para ser esse o local preferencial passam pelo facto de ser o local habitual das compras (55%), por ser mais cómodo (21%) e porque é mais barato (20%). No caso dos que obtêm o azeite directamente ao produtor as razões apontadas têm a ver com a confiança (47%) e porque a família produz (34%). * Sobre a imagem do azeite produzido em Trás-os-Montes aproximadamente metade (98) das pessoas já consumiu azeite desta região, sendo 65% delas da área metropolitana do Porto. Dos que já consumiram azeite produzido em Trás-os-Montes, 37% responderam que têm uma imagem positiva desse azeite, associando-a, fundamentalmente, às características do próprio azeite (acidez, sabor, cor, etc.). Há ainda 4 que indicam que a imagem positiva que têm do azeite produzido em Trás-os-Montes passa pelas características do olival transmontano. Os restantes referem como razão para essa imagem o método de fabrico do azeite e o facto de conhecerem bem esse azeite. Os restantes referem, principalmente, que o azeite desta região é igual ao de outras regiões produtoras de azeite, não se destacando nem positiva nem negativamente. Apenas 3% dizem ter uma imagem negativa, associando-a às próprias características do azeite. 41% não têm opinião relativamente à imagem do azeite produzido em Trás-os-Montes. * Quanto ao consumo de azeite DOP, verificamos que apenas 15 dos inquiridos diz ter consumido azeite com esta identificação. Relativamente à imagem, 8 referem ter uma imagem positiva deste azeite. A razão é para 3 deles a garantia de qualidade associada à DOP, para outros 2 prende-se com as características do próprio azeite, e os 2 restantes dizem que isso tem a ver com o método de fabrico do azeite. A experiência de consumir azeite biológico, tal como para o azeite DOP, foi realizada por um pequeno número de inquiridos, pois apenas 18 dizem já ter consumido deste tipo de azeite. Para 16 deles a imagem que têm do azeite é positiva, sendo apontadas como razões para tal o processo de fabrico (7), as características do azeite (6) e as características regionais (1).
A Fileira da Castanha: Situação Actual dos Mercados Matos, A. Instituto Politécnico de Bragança – Escola Superior Agrária – Departamento de Economia Agrária e Sociologia Rural; Tel.: 273-30 32 42; Endereço Electrónico: alda@ipb.pt A castanha foi um dos frutos que conseguiu sobreviver à crise dos produtos agrícolas. No seio da União Europeia, a produção de castanha e de uma forma geral a produção de frutos secos, está concentrada em regiões desfavorecidas, com altos índices de envelhecimento das populações e profunda erosão demográfica. Aliado a estes frutos está o aumento do consumo de uma multiplicidade de produtos industrializados. A nível nacional, a produção de castanha é um fruto de tradições, perfeitamente adaptado às explorações agrícolas do Norte e Centro do país. Depois da queda de valor do fruto, foi a partir da década de 90 que o castanheiro veio assumindo maior importância, constituindo no presente, uma boa fonte de receitas para as populações rurais. Assim, o objectivo desta comunicação prende-se com a caracterização dos diversos mercados que integram a fileira da castanha em Portugal, tendo como base uma investigação efectuada em torno da fileira da castanha e sua cadeia de valor2. Metodologicamente, foram consultadas fontes primárias (entrevista directa aos principais intervenientes) e secundárias (dados oficiais). Da investigação concluiu-se que a fileira da castanha apresenta grande diversidade de mercados e formatos comerciais. Não existe apenas um mercado de castanha mas vários, com diversas características que se baseiam nas exigências que os clientes atribuem aos frutos. Dos atributos exigidos salientam-se, entre outros, os calibres dos frutos (o tamanho do fruto é efectivamente um dos factores mais importantes na comercialização), a qualidade das variedades e a aptidão para a transformação industrial (a facilidade ao descasque mecânico é também um dos requisitos da castanha destinada à indústria), a temporalidade (o período de maturação condiciona o maior ou menor poder de conservação da castanha) e a monospermia (exigida para confeitaria de luxo). No mercado interno, a produção é preferencialmente orientada para o uso em natureza ou culinário, sendo uma pequena parte utilizada na indústria. Esta laboração resume-se praticamente à congelação. Está em grande crescimento, tanto no mercado interno como externo, a conservação de castanha descascada e congelada, que permite a utilização da matéria-prima pelas unidades agro-industriais ao longo de todo o ano.
Graça, L.1 & Simões, S.2 1 Investigadora Principal do INIAP (DEEESA – EAN) 2 Bolseira de Investigação Científica, DEEESA – EAN – INIAP Procura-se, nesta comunicação, analisar a implementação e o impacto de duas grandes políticas nacionais na Serra da Peneda, no norte de Portugal. Duas políticas com particular incidência em zonas de montanha, a Arborização dos Baldios, enquadrada na Política de Florestação do Estado Novo e a Criação de Áreas Protegidas, no âmbito da Política de Conservação da Natureza. Numa primeira parte, faz-se um enquadramento sócio- económico local e realça-se a importância da montanha no concelho de Arcos de Valdevez, que representa cerca de 60% do total da área do concelho. Posteriormente, analisa-se a implementação de cada uma das políticas já referidas, comentando os seus princípios orientadores e as etapas da criação do Perímetro Florestal das Serras do Soajo e Peneda e da criação do Parque Nacional da Peneda- Gerês.
A Multifuncionalidade Agrária como Instrumento para o Desenvolvimento Agro-Rural dos Açores Colaço- do- Rosário, M UTAD/DESG. Telf. 259302200; Fax: 259302249.mcolaco@utad.pt O estudo do contributo da multifuncionalidade agrária para o desenvolvimento agro- rural açoriano aborda vários domínios específicos: uma introdução conceptual de conceitos agrários, de multifuncionalidade agrária e de desenvolvimento agro- rural sustentado; a definição dos objectivos e das metodologias respectivas; os resultados da análise dos atributos de caracterização agro- social do agros açoriano; e as conclusões da análise da multifuncionalidade agrária como instrumento de desenvolvimento agro- rural da Região Autónoma dos Açores (RAA), no quadro da Política Agrária Comunitária (PAC). O agros é abordado na sua perspectiva holística de entidade multifuncional agrária no quadro mais geral do meio rural, com vista à sua contribuição para o objectivo de desenvolvimento sustentado, através da análise comparativa dos dados agro- sociais relativos ao País e à RAA: da propriedade rústica (regime jurídico, parcelamento e formas de exploração); do uso do solo (superfícies de uso agrário - SAU, superfícies de uso agrícola - SUA, superfícies de uso forrageiro/zooícola - SUFZ, superfícies de uso silvícola – SUS e superfícies de uso agrário múltiplo – SUMA); das explorações agrárias (agrícolas, zooícolas, silvícolas e agrárias múltiplas); dos produtores agrários (segundo o sexo, a instrução, a formação profissional, a pluri- actividade, a actividade principal, a residência na exploração e o início da actividade); dos assalariados agrários (dirigentes e operários); do equipamento agrário (máquinas, práticas ambientais e actividades conexas) e do rendimento agrário (origem do rendimento, ajudas/subsídios às actividades, indemnizações compensatórias e balanço das contas da exploração). Os resultados são analisados à luz das suas potencialidades como instrumento alavancador do desenvolvimento agro- rural sustentado, visando contextualizar conclusões explicativas do contributo potencial da multifuncionalidade agrária para o desenvolvimento agro- rural açoriano.
A Multifuncionalidade na Agricultura e as Suas Valências Carvalho, M. L. S. 1; Lucas, M. R. D. V. 2 & Henriques, P. D. 3 1 Departamento de Encomia, Universidade de Évora. Apartado 94 7000-554. Évora, Portugal.leonor@uevora.pt Telefone:++351 266 740894; Fax: ++351 266 740807 2 Departamento de Gestão, Universidade de Évora. Apartado 94 7000-554 Évora, Portugal. mrlucas@uevora.ptTelefone:++351 266 740892; Fax: ++351 266 740807. 3 Departamento de Encomia, Universidade de Évora. Apartado 94 7000-554 Évora, Portugal,pdamiao@uevora.pt Telefone:++351 266 740894; Fax: ++351 266 740807 As sociedades passaram a reconhecer, a nível regional, nacional ou internacional, que a actividade agrícola desempenha um papel bastante específico no processo de desenvolvimento. Este papel, no actual processo de desenvolvimento, deverá estar constantemente a ser redesenhado, de modo a que se recuperem algumas das valências abandonadas, incluam novas e valorizem correctamente as que permaneceram. Esta valorização deverá ser feita pelo reconhecimento que a actividade agrícola é multifuncional ou produz um conjunto de bens suplementares da actividade agrícola. A multifuncionalidade da agricultura resulta num conjunto de benefícios para a comunidade rural (empresas agrícolas familiares, emprego agrícola, mercados locais de produtos e factores de produção, manutenção das tradições culturais das zonas rurais), benefícios ambientais (biodiversidade, conservação dos solos) e benefícios nacionais (paisagem rural, qualidade e segurança alimentar e bem estar animal). Este conjunto de benefícios varia com as técnicas de produção utilizadas, com a localização e a dimensão das empresas agrícolas. A pergunta a que é necessário responder é se o mercado ou a sociedade remuneram, e como, todos estes benefícios adicionais que a actividade agrícola proporciona. Que metodologias utilizar que permitam avaliar de forma eficiente os efeitos directos e indirectos, positivos ou negativos, da actividade agrícola?
Silva, I.1 & Fragata, A.1 1 Departamento de Estatística Experimental, Economia e Sociologia Agrárias, EAN, Quinta do Marquês, 2784-505 Oeiras O concelho de Arcos de Valdevez sofreu, nas décadas de 80 e 90, um forte decréscimo populacional nas freguesias rurais, com especial incidência na sua zona de montanha. Ao invés, constata-se a concentração de residentes nas freguesias urbanas, situadas à volta da sede do concelho, que ganharam 8% de população. Variados indicadores evidenciam um panorama demográfico e social de declínio da actividade agrícola, uma rápida evolução na estrutura das explorações agrícolas e a acentuada diminuição da importância das culturas tradicionais como o milho, o feijão e o centeio. Por outro lado, é colocada em evidência a resistência da actividade dos bovinos de carne na zona de montanha, onde é decisiva a utilização dos baldios para o pastoreio. Naquela zona do concelho e na década de 90, o efectivo de vacas aleitantes resistiu ao abandono e até aumentou 6%, acompanhado por uma melhoria estrutural do efectivo médio por exploração. Para tal, muito estão a contribuir os prémios recebidos pelos criadores no âmbito da OCM da carne de bovino, que representam 53% no total das ajudas directas recebidas pelos agricultores de uma região interior como Arcos de Valdevez. Em relação aos prémios daquela OCM, a medida “Manutenção das raças autóctones” das MAA tem uma importância bem menor em termos de receitas dos agricultores. Aquela MAA regista mesmo, entre o QCA II e o QCA III, uma forte diminuição no número de criadores beneficiários e de animais abrangidos. Como realçam os resultados do inquérito realizado, os beneficiários mais idosos apontam a idade avançada como principal motivo de desistência daquela MAA, que os impede de assumir contratos de longa duração (cinco anos), de difícil revogação e com uma longa lista de compromissos contratuais. Por outro lado, os mais novos desistem da referida MAA por abandono da actividade agrícola.
Valorização do Património Genético Regional Através do Modo de Produção Biológico: o caso da maça Simões, O. 1; Dinis, I. 1 & Lopes, A. 2 1 Escola Superior Agrária / Instituto Politécnico de Coimbra 2 Estação Agrária de Viseu / Direcção Regional de Agricultura da Beira Litoral Colocadas de parte pela produção intensiva de maça, as variedades regionais de macieiras têm vindo a ser progressivamente abandonadas em favor das novas variedades obtidas por hibridação. Para além da importância da preservação do património genético que estas variedades regionais representam, tem-se assistido nos últimos anos a uma revalorização de algumas variedades mais conhecidas, de que é exemplo a maça Bravo de Esmolfe, no quadro da diversificação e sofisticação do consumo de produtos agro- alimentares. Por outro lado, e também por uma acentuada solicitação da procura, o modo de produção biológico tem-se imposto progressivamente nos sistemas produtivos, constituindo-se como mais uma possibilidade de valorização das variedades regionais. Neste quadro, é objectivo desta comunicação analisar as possibilidades de valorização das variedades regionais de macieiras através do modo de produção biológico. Para tal, e dada a necessidade de certificação da produção biológica, é feita uma referencia à contribuição da teoria das convenções para explicar as formas de coordenação dos actores que participam nas fileiras dos produtos biológicos. Em segundo lugar, é sublinhada a importância da preservação do material genético correspondente às variedades regionais de macieiras, com especial referência às colecções de variedades regionais instaladas e a instalar na Estação Agrária de Viseu, no âmbito dos projectos PAMAF 6114, AGRO 158 e AGRO 740. Finalmente, pretende-se fazer um balanço do resultado da aplicação das medidas de apoio à produção de variedades regionais que têm sido praticadas em Portugal e avaliar as necessidades de incentivo a estas formas de produção, tendo em conta a insuficiente remuneração pela via do mercado para justificar a preservação in situ deste património genético. Para documento completo contactar o(s) autor(es)
Sustentabilidade dos Espaços Rurais Face à Pressão Conservacionista Calado, L.1; Serpa, V. 1; Silva,V.1 & Dentinho,T.1 1Departamento de Ciências Agrárias Universidade dos Açores Vanda Serpa (vandaserpa@mail.angra.uac.pt), Luísa Calado (lcaladomd@alunos.angra.uac.pt), Vasco Martins (vrs@alunos.angra.uac.pt),Tomaz Dentinho (tomazdentinho@mail.angra.uac.pt) A Conservação da Natureza deve ser entendida como um pilar essencial de um modelo de desenvolvimento, não pode ser apenas entendida como uma actividade limitada à protecção de algumas espécies em reservas estanques, divorciada da realidade social e económica. Aquando a criação de reservas, não devemos esquecer que a sua delimitação espacial, ainda que concreta, tem configuração própria que varia com o espaço e com o tempo no espaço e no tempo. Isto cria a impossibilidade de, em absoluto, se poder afirmar que determinada solução é, indiscutivelmente, a melhor, pois aquela que em determinado momento ou em determinadas circunstâncias parece ser a melhor, noutro momento diferente e noutras circunstâncias poderá não ser. Assim, quando a obtenção de certos benefícios, traduzidos pela delimitação dessas mesmas reservas, implicar uma restrição da utilização desse espaço , por exemplo, a não captação de uma nascente, a não utilização de um local com aptidão agro silvo pastoril, deve fazer-se o balanço dos benefícios correspondentes às melhorias alcançadas e dos custos resultantes da restrição provocada. A ilha de São Jorge ocupa o quarto lugar, em termos de área, no arquipélago açoriano. Um dos traços salientes, que chamam desde de logo a atenção: as características orográficas que levaram Frutuoso, nos finais do séc. XVI a assinalar esta ilha como “um alto espinhaço”. Na base das falésias encontram-se as fajãs. O termo “fajã” significa toda a terra baixa e chã, ou então, a pequena extensão de terreno plano, desenvolvida em anfiteatro, em direcção ao mar, susceptível de cultura. Estas áreas rurais remotas poderão contribuir em grande escala para o desenvolvimento sustentável devido às implicações, que acarretam as sociedades modernas e industrializadas, sendo assim, existe a necessidade de entender a conservação destes locais também numa perspectiva ética e ecológica- social. Para documento completo contactar o(s) autor(es)
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