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Apresentação do DES
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| 25 anos de História
| Depoimentos: O DES visto por si mesmo |
| Elementos do DES | Investigação em curso |
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DEPOIMENTOS: O DES visto por si mesmo.
A equipa que preparou este cd-rom assaltou ao acaso alguns dos elementos do DES, recolhendo depoimentos sobre a forma com viam vários aspectos do departamento. Muitos testemunhos mais poderiam ser recolhidos, num departamento onde as suas quatro dezenas de membros debatem regularmente os seus problemas, num clima de convívio, de abertura de espírito e de democraticidade, que é marca da sua dinâmica e riqueza acumuladas nos 25 anos de existência do DES. As respostas obtidas mostram bem essa forma de estar.
Maria José Rainho
P. Como é leccionar no departamento onde fez a licenciatura?
R. Trabalhar num ambiente que me era familiar auxiliou bastante a minha integração no mercado de trabalho. A tradicional fase de adaptação fez-se de uma forma muito positiva com a ajuda dos colegas.
Alberto Baptista
P. O DES é um bom lugar para um investigador?
R. Sim, pessoalmente acho que sim. Tenho tido oportunidades de fazer investigação em áreas que, por um lado, são importantes, e por outro, que me motivam. Tenho tido boas condições ao nível de coordenação e orientação. Há um bom ambiente de trabalho e de excelente cooperação.
Artur Cristóvão
P. Que balanço faz dos Mestrados em Desenvolvimento?
R. O balanço que faço é muito positivo, por várias razões: (1) tem ajudado a formar umas dezenas largas de técnicos da região, que intervêm em várias áreas desde a agricultura, associativismo, cultura, desenvolvimento local, etc. (2) tem estimulado a investigação; de facto, o DES conta já com mais de 50 teses defendidas, o que significa que sem mestrado ficariam muitos trabalhos de investigação por fazer; (3) tem promovido o alargamento da rede de contactos do DES. Os ex-alunos são elementos com quem mantemos uma relação privilegiada de trabalho; (4) tem permitido estruturar os recursos, nomeadamente a biblioteca e o trabalho interno de colaboração entre os docentes.
P. Ao fim deste tempo, vê com prazer o DES?
R. Sim, o DES tem um bom clima de trabalho. Tem-se conseguido superar as diferenças de estilo e de preocupações. Sente-se que é bom trabalhar aqui.
Carlos Machado dos Santos
P. Que perspectiva de médio prazo vê para a pós-graduação em Gestão?
R. A pós-graduação em Gestão (no sentido lato do termo pós-graduação) é importante em termos de formação da região na vertente empresarial e da Administração Pública. Espera-se que o mestrado em Gestão que se iniciará no próximo ano lectivo seja um espaço de formação avançada para os quadros da região, quer do sector público quer do sector privado.
Fernanda Nogueira
P. Acha que o DES pode vir a ter um papel quanto às preocupações da gestão pública? Porquê?
R. Claro que sim, basta podermos contribuir para a formação dos técnicos da administração pública ao nível das parcerias, da consultadoria e no próprio traçar de estratégias para o desenvolvimento da região. A Gestão Pública é importante não só ao nível das licenciaturas, mas devemos também apostar ao nível da formação em carreira. E neste sentido a UTAD, e o DES em particular, pode dar um contributo valioso em resultado da investigação que tem desenvolvido ao longo dos anos, na detecção das especificidades das necessidades da região.
João Rebelo
P. Que áreas de Economia lhe parecem ser pertinentes para a licenciatura de Economia provida pelo DES?
R. A área de Economia da Empresa, em especial na área financeira.
P. Em que aspectos poderá a licenciatura melhorar?
R. Remodelação do curso para 4 anos e criar em simultâneo uma pós-graduação de 1 ano. Nesta remodelação deve ser tida em conta, a exemplo do que, de algum modo, tem acontecido actualmente, a perspectiva abrangente da formação inicial em Economia.
Timothy Koehnen
P. Como um estrangeiro que se radicou entre nós, o que representou para si o DES?
R. São 13 anos
O DES representa o grupo de pessoas que apoiaram e estiveram disponíveis para os projectos e para as aulas. Penso que temos relações muito positivas entre todos e o DES não é só um ambiente onde trabalho com colegas, profissionais, mas num grupo quase único na universidade, em que o grupo forma uma equipa de trabalho baseada em relações positivas e de amizade. O DES é diferente da minha experiência nos EUA, muito embora tenha características semelhantes ao ambiente que encontrei como aluno de pós-graduação, em que os grupos de debate mantinham relações muito fortes de amizade.
José Portela
P. O DES teve uma participação importante no quadro de grandes projectos de desenvolvimento, nomeadamente através da Unidade de Avaliação. Quais foram os frutos disso (interna e externamente)?
R. A Unidade de Avaliação, do ponto de vista interno, trouxe fundamentalmente saber: saber sobre Trás-os-Montes e Alto Douro e conhecimento das instituições. De facto, temos hoje a consciência que ganhámos conhecimento, até mais do que aquele que na altura pensámos ter ganho. O saber adquirido reflecte-se hoje em muitas áreas. Ganhou-se certo saber sobre como investigar, como redigir e como difundir resultados. Toda a UTAD, beneficiou também dos recursos materiais alcançados.
Do ponto de vista externo, há ideias que no passado eram inovadoras e hoje são já conceitos adquiridos, como por exemplo a defesa do apoio a agricultures pluriactivos; ou ainda a importância dos mercados de pequena escala, ou ainda o valor das mais valias que constituem os recursos endógenos. Eram tudo ideias que a nossa investigação demonstrava e defendia. Na altura pertencíamos a uma corrente de pensamento não predominante. Hoje são ideias aceites, pelo menos em teoria. Sinto que a nossa investigação contribuíu de certa forma para uma certa mudança de percepção. Houve, de facto, uma abertura à compreensão do nosso trabalho.
P. Crê que esse papel e tipo de trabalho seria retomado, nomeadamente no quadro da descentralização administrativa do Estado?
R. A não proximidade a Lisboa obrigou a que a Unidade de Avaliação estivesse regionalmente circunscrita. Se houvesse regionalização talvez a procura de serviços a prestar pela UA aumentasse... Mas como há a distância psicológica temos sido pouco desafiados para projectos de âmbito nacional. Com isso, por certo, perdemos nós e o país.
Telmo Caria
P. Face às ciências empresariais e à economia, as restantes ciências sociais são uma área em declínio no DES?
R. Quando falamos das restantes Ciências Sociais no DES convirá identificar quais são. Tendo em atenção os ramos de doutoramento, as áreas de especialidades que o Conselho do Departamento definiu e o know-how existente, estamo-nos a referir à Sociologia, à Antropologia e a especialidades de sociologia económica e sócio-economia ligadas à exclusão social, ao rural e ao turismo. Estas áreas de investigação e docência têm todas as potencialidades para se desenvolverem, basta que os docentes a elas ligados se queiram mobilizar para as afirmarem no contexto institucional interno e externo. Uma estratégia concertada impõe-se neste caso, de forma a enfrentar os desafios que existem: a possibilidade de integração das disciplinas das extensões de Chaves e Miranda do Douro (o DES tem-se batido por uma adequada solução para esta questão); a formalização de linhas de investigação existentes com vista ao lançamento do Centro de Investigação (já uma foi formalizada); a criação de novas propostas de disciplinas às Ciências Agrárias para formação inicial ou contínua dos actuais licenciados e pós-licenciados (existem conversas para o efeito). Existiram também, no passado, várias propostas de formação pós-graduada em Ciências Sociais que visavam potenciar o know-how em metodologias qualitativas de investigação e em desenvolvimento local, propostas que poderão ser retomadas em momento julgado oportuno. Em conclusão, as restantes Ciências Sociais do DES apenas entrarão em declínio se os investigadores e docentes a elas ligados o deixarem, particularmente aqueles que mais tradição, história e prestígio de trabalho têm nesta áreas.
Chris Gerry
P. O que atraiu um inglês ao DES?
R. Para além de ser uma das regiões europeias mais bonitas, havia no DES mais oportunidades de investigação e mais entusiasmo do que na universidade inglesa onde leccionava. Ao longo destes 15 anos vi o DES crescer e tenho feito parte deste processo. O DES é um departamento interessante, relativamente jovem e dinâmico, não sem os seus problemas, mas com enormes potencialidades.
Carlos Rui Madeira
P. Como é trabalhar no DES?
R. É agradável porque as pessoas sentem-se parte integrante do DES embora tenhamos uma forte autonomia, o que é um constante desafio às nossas capacidades. Estou ansioso por terminar a minha tese de mestrado para poder trabalhar mais na área de investigação.
Patrícia António
P. A sua experiência anterior à vinda para o DES fá-la olhar criticamente o DES?
R. Antes de vir para o DES, passei pela experiência de um mestrado numa universidade estrangeira, por emprego no sector privado e ainda por um semestre de docência noutra universidade portuguesa. Todas as experiências de trabalho nos põem em contacto com diferentes formas de fazer e isso obviamente cria em nós modelos de referência e por isso olho para o DES muitas vezes de forma crítica. Claro que só se critica aquilo de que gostamos. Já dizia Oscar Wild All men kill the thing they love. By all let this be heard, some do it with a bitter look, some do it with a flattering word, The coward does it with a kiss, The brave man with a sword. De qualquer modo desde que cheguei à UTAD que vejo o DES como um departamento com enorme potencial. Gosto imenso de cá trabalhar!
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