Instituições e Políticas: da inércia à mudança

Migrações e Modos de Vida: a imigração marroquina na venda ambulante

Condição psicológica de idosos rurais numa aldeia do interior de Portugal: Um estudo de caso

A Ecoimigração: uma dinâmica migratória para espaço rural

O Paradigma da Ruralidade: o passado e a continuidade identitária

Mulheres, Formação e Desenvolvimento Rural no Centro Norte Interior de Portugal

Construção de Redes Sociais e Processos de Desenvolvimento em Municípios Rurais: Casos de Trás-os-Montes 

Idosos agricultores em Trás-os-Montes: análise da resposta à Florestação das Terras Agrícolas no Planalto Mirandês

Respostas Sociais à Problemática da Pessoa Idosa em Meio Rural: Contributos para um Envelhecimento Bem Sucedido

Dinâmicas das Agriculturas Familiares

Migrações e Assentamentos Rurais na Amazónia Ocidental Brasileira: O caso Rondônia.

Urbanização do Campo Paraense: uma análise sobre o processo de reforma agrária enquanto instrumento equitativo de ordenamento territorial e acesso à terra.

 

 

Migrações e Modos de Vida:

a imigração marroquina na venda ambulante

Cabral, A. 1 & Llovera, M. D. V. 2

1 Universidade Fernando Pessoa – Porto

2 Universidade de Alicante

As migrações submetem os seus actores a uma mudança no seu sistema social, cultural e ideológico e/ou religioso, perdendo os seus referentes de origem em favor dos referentes do lugar de destino, ainda que essa substituição se produza de forma muito lenta.

Para esta adaptação ao lugar que elegeram ao converter-se em pessoas imigradas contribuem sobremaneira as redes sociais compostas pela família, amigos e conhecidos, as quais lhes asseguram uma protecção inegável, por mínima que seja, particularmente nos primeiros tempos de instalação, em que tudo se lhes afigura estranho. O amparo que podem receber destas redes informais é principalmente de hospitalidade e de ajuda na procura de habitação e de trabalho. Este, ao constituir a forma de ganhar a sua subsistência, converte-se na sua maior prioridade. Nos nossos dias, em que as ofertas de emprego são muito disputadas, torna-se difícil encontrar um trabalho estável e regularizado, pelo que as pessoas deslocadas são muitas vezes obrigadas a sujeitar-se a tarefas temporárias que vão combinando com biscatos ou outras de teor precário. Um destes trabalhos é a venda ambulante, particularmente durante os meses em que o movimento humano é incessante, como é o caso dos meses de verão, não apenas devido às frequentes movimentações de nacionais, como ainda com a chegada de turistas estrangeiros. Noutros casos, como é o que nos ocupará nesta comunicação, ou seja, os imigrantes marroquinos na Península Ibérica, muitos deles fazem da venda ambulante a sua profissão permanente e a tempo integral, deslocando-se por aldeias, vilas, cidades, feiras, mercados e romarias, oferecendo as suas mercadorias, na mira de conseguirem um leque mais vasto de clientela.

Na nossa intervenção, propomo-nos mostrar dois aspectos desta população:

1. a capacidade de criação de uma estabilidade laboral, mesmo através de estratégias que poderão parecer precárias;

2. a forma como a sua presença veio revitalizar este modus operandi nas povoações peninsulares, donde havia desaparecido há muito tempo, colorindo-as com tintas pitorescas de artefactos e técnicas ancestrais de comércio.

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Condição psicológica de idosos rurais numa aldeia

do interior de Portugal: Um estudo de caso

Fonseca, A. M.1; Paúl, C.2; Martín, I.3 & Amado, J.4

1 Universidade Católica Portuguesa

2 Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar- Universidade do Porto

3 Instituto Superior do Serviço Social do Porto

4 Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar- Universidade do Porto

A condição de ser idoso, na actualidade, corresponde a padrões diversificados de comportamentos e de contextos e pode ser devidamente compreendida na sequência da análise de histórias de vida. O envelhecimento em contexto rural adquire a especificidade que ilustramos com um estudo de caso efectuado na freguesia de Aldeia do Bispo (concelho do Sabugal, distrito da Guarda), abrangendo 117 idosos aí residentes, vivendo de forma independente. Os resultados alcançados permitem constatar uma população numa condição psicológica não muito animadora, embora a sua resignação e as baixas expectativas relativamente ao futuro acabem por dissimular esse estado.

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A Ecoimigração: uma dinâmica migratória para espaço rural

Francisco, M. L.

Doutoranda da FCSH - UNL

Resumidamente pode dizer-se que a vida rural tal como era até agora conhecida está ameaçada na sua continuidade, devido ao abandono da actividade agrícola, e devido ao processo de desertificação.

Apesar deste processo de desertificação a paisagem rural, por ter na sua base  a própria natureza, aparece ligada a uma ideia de regresso ao passado, como símbolo de identidade, como património cultural. Digamos que o meio rural aparece, para aqueles que não vivem nele, como paradigma ecológico de qualidade de vida.

O estudo do concelho de Monchique, nomeadamente a Serra de Monchique é um campo fértil de investigação em termos da evolução da população humana pelas características que vêm tomando nos últimos anos. Embora esta seja uma das zonas que está a sofrer com a desertificação, é também uma zona que está a ser de algum modo repovoada por imigrantes, que procuram um contacto mais próximo com a Natureza. Ao estudarmos a população estrangeira residente no concelho de Monchique, encontramos uma população que parece viver com tal intensidade essa comunhão com a Natureza que faz dela e nela o seu modo de vida. A Natureza “como objecto de arte”, por exemplo, está patente na actividade de alguns estrangeiros artesãos, que através de matérias primas aparentemente insignificantes, criam a base do seu sustento. Muitos casos paradigmáticos foram encontrados entre os estrangeiros espalhados pela serra, desde o funcionário da ONU, ao engenheiro nuclear, passando pelo mestre budista, e pelo sociólogo britânico até à “tribo de índios” franceses.

Perante uma considerável população imigrante, passamos a utilizar a designação: ecoimigrantes. Resolvemos definir a ecoimigração como uma imigração de populações com elevado nível económico, cultural e académico, para espaços de significativo valor ecológico, predominantemente áreas rurais, numa lógica de desenvolvimento pessoal e sustentável.

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O Paradigma da Ruralidade:

      o passado e a continuidade identitária

     Santos, M. M. R.

Centro de Estudos de Antropologia Social/ISCTE

O presente trabalho tem como base uma investigação empírica realizada na freguesia de Santa Margarida da Serra, concelho de Grândola. Procura-se aqui entender a forma como se constrói a identidade da população autóctone através da presença do “outro”, bem como o significado atribuído ao sentimento de pertença a um território.

Com uma população caracterizada pela mobilidade territorial, onde os fluxos de entrada sempre se cruzaram com os de saída, é já na década de 1980 que esta se cruza com o da imigração estrangeira. Num período de cinquenta anos, a população de Santa Margarida da Serra assiste a uma viragem ao nível do consumo e utilização de um espaço. No passado chegava população para, através do trabalho agrícola, usar a terra para se sustentar; no presente, chegam todos aqueles que, usando os mesmos lugares, procuram antes o descanso.

É a presença destes estrangeiros que permitirá aos margaridos construir uma imagem de si positiva, onde a diferença entre “nós” e “eles” passa, invariavelmente, pelo binómio trabalho/descanso.

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Mulheres, Formação e Desenvolvimento Rural no Centro Norte Interior de Portugal

Baptista, A. 1 & Cristóvão, A. 2

1 Departamento de Economia. Sociologia e Gestão da UTAD. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro 5000-660 Vila Real, Portugal Tel (351) 259 302 203;  Fax (351) 259 302 249 abaptist@utad.pt

2 Departamento de Economia. Sociologia e Gestão da UTAD. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro 5000-660 Vila Real, Portugal Tel (351) 259 302 203;  Fax (351) 259 302 249. acristov@utad.pt

A comunicação aborda a importância da formação como um instrumento de desenvolvimento e de animação em meio rural. O trabalho incide sobre um leque variado de formações para mulheres em meio rural, e centra-se nas relações entre a formação e a necessidade de adequação desta aos papéis das mulheres no desenvolvimento rural, tendo em conta que a formação orientada estritamente para o emprego apresenta fortes limitações e não responde às necessidades de muitas formandas.

Os objectivos do trabalho são: caracterizar o público que frequenta as acções de formação em meio rural; identificar as necessidades de formação; ver da adequação entre a formação proposta e as necessidades; reflectir e apresentar propostas adequadas para a formação de mulheres em meio rural.

Para a realização deste trabalho recorremos à análise bibliográfica e documental, em particular estatísticas e dados sobre formação; entrevistas a 18 directores e responsáveis de 14 cursos de formação diferentes; entrevistas a 27 mulheres rurais de locais diversos e participantes em diferentes acções de formação.

Os resultados encontrados levam-nos a pensar que há necessidade de uma maior adequação e atenção das acções de formação ao público feminino de “meia idade”. Pelos vários condicionalismos referidos, as necessidades destas mulheres rurais são de outra natureza: aprendizagem de novas actividades artesanais, educação escolar, desenvolvimento pessoal, elevação da auto- estima, procura de espaços de convívio social. Necessidades estas que, devidamente enquadradas, podem ser úteis em acções de revitalização económica, social e cultural em meio rural.

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Construção de Redes Sociais e Processos de Desenvolvimento em Municípios Rurais: Casos de Trás-os-Montes

Cristóvão, A. & Koehnen, T.

1 Departamento de Economia, Sociologia e Gestão. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real.acristov@utad.pt

2 Departamento de Economia, Sociologia e Gestão. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real. tkoehnen@utad.pt

O Programa Nacional Rede Social foi criado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 197/97, de 18 de Novembro, no quadro da política social do então Governo. A Rede é entendida nesta Resolução como “um fórum de articulação e congregação de esforços”, com base “na adesão livre por parte das autarquias e das entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos que nela queiram participar”. É sublinhado que a Rede Social deve “assumir uma postura activa de ir ao encontro das diferentes entidades que actuam no domínio social, suscitando a sua participação”.

Tal “fórum de articulação e congregação de esforços” visa “fomentar a solidariedade social” e “contribuir decisivamente para a consciência pessoal e  colectiva dos problemas sociais, para a activação dos meios e agentes de resposta e para as inovações recomendáveis”. Trata-se, na substância, de mobilizar um vasto conjunto de actores, a nível local, para a acção social de combate aos fenómenos de pobreza e exclusão social e para a promoção do desenvolvimento social.

Como têm sido construídas as Redes Sociais? Que actores participam, quais as suas motivações e expectativas e como são envolvidos no processo? Como têm contribuído as Redes Sociais para processos de mudança nas culturas e práticas institucionais e para a dinamização de novos mecanismo de solidariedade e inclusão social? O trabalho abordará estas  questões a partir dos estudos, realizado pelos autores, de duas Redes Sociais de municípios rurais de Trás-os-Montes, Macedo de Cavaleiros e Vinhais.

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Idosos agricultores em Trás-os-Montes: análise da resposta à Florestação das Terras Agrícolas no Planalto Mirandês

Nobre, S. 1 ; Monteiro, M. L. 1 & Portela, J. 2

1 Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Bragança

2 Universidade de Trás-os-Montes e Alto- Douro

O envelhecimento da população é cada vez mais o pano de fundo das sociedades europeias e da portuguesa em particular.

Em meio rural este fenómeno tem ainda maior expressão, dado o carácter deprimido das actividades económicas aí existentes, conduzindo a que parte importante da população activa se desloque para os centros urbanos. O meio rural é assim cada vez mais caracterizado por um tecido demográfico envelhecido. Na actividade agrícola igual tendência é identificada: em Trás-os-Montes, em particular, a par de uma diminuição das explorações agrícolas, os agricultores são proporcionalmente cada vez mais velhos, representando os indivíduos de mais 55 anos dois terços do total, em 1999 (RGA, 1999).

A plantação de floresta configura uma ocupação do solo que poderá constituir-se como actividade com retorno apenas ao fim de muitos anos. Em Trás-os-Montes, as áreas de plantação florestal estão a aumentar, o que assume carácter paradoxal no contexto atrás descrito, de envelhecimento demográfico, ao qual se associa com frequência a ausência de sucessor na exploração agrícola.

Partindo da análise de projectos de florestação de terras agrícolas no Planalto Mirandês, e verificando a importância das superfícies arborizadas por agricultores mais velhos, tentaremos uma explicação para esta aparente contradição.

A abordagem visará avaliar, num primeiro momento, os contributos monetários que esta medida de política acarreta e, em seguida, ponderar a importância deste contributo quando comparado com outras fontes de rendimento de indivíduos que florestaram.

Apontar-se-ão ainda outras linhas explicativas do fenómeno, que interessará explorar.

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Respostas Sociais à Problemática da Pessoa Idosa em Meio Rural:

Contributos para um Envelhecimento Bem Sucedido

Sousa, M. M.

Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo. Departamento de Formação

Os cenários demográficos actuais colocam a União Europeia perante novos desafios e tornam imperativa a definição de novas políticas e de novas estratégias de actuação. A Região Autónoma dos Açores, seguindo as tendências nacionais e europeias, coloca-nos perante uma problemática com contornos muito específicos aos quais não são alheias a nossa dimensão e descontinuidade geográficas, as limitações associadas à insularidade e as características do nosso tecido sócio- económico.

A problemática do envelhecimento tornou-se, pois, da nossa responsabilidade colectiva pelo que deverá ser equacionada em novos moldes. Com efeito, a “gestão pública” da velhice implica a definição de novas políticas integradas já que as repercussões deste fenómeno acontecem a vários níveis.

A experiência de trabalho e de formação de adultos na área do trabalho social, designadamente ao nível das organizações sem fins lucrativos, tem evidenciado as inúmeras potencialidades do sector social, que se tornou uma das formas mais expressivas da solidariedade organizada no nosso país.

No que se refere às respostas sociais à problemática da pessoa em idade avançada muito há ainda a fazer, em ordem a uma progressiva aproximação daqueles que são os objectivos mais globais preconizados pelas políticas sociais para esta faixa etária.

Esta comunicação pretende proporcionar uma reflexão em torno de algumas questões que se destacam na comunidade científica e cuja centralidade se prende com a evolução demográfica recente e situação actual, designadamente no que se refere ao envelhecimento em meio rural em geral, e nas Ilhas do Açores em particular. Discutindo os conceitos de “envelhecimento bem sucedido”, “envelhecimento activo” e “qualidade de vida na idade avançada”, procurar-se-á abordar o papel do sector social na criação de respostas sociais, nomeadamente de equipamentos, estruturas e serviços de apoio à pessoa em idade avançada, em meio rural. Serão sumariamente caracterizadas as respostas, sua operacionalização, e discutidas as respectivas consequências para os diversos agentes envolvidos – pessoa em idade avançada, família e comunidade rural. Concluir-se-á com algumas notas sobre a importância do sector social no desenvolvimento local.

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Dinâmicas das Agriculturas Familiares

Madureira, M. G. F. B.

Instituto Politécnico de Bragança. Tel. 259 325 275.gmadureira@ipb.pt

A comunicação que nos propomos apresentar baseia-se no estudo das dinâmicas das agriculturas familiares de uma freguesia do concelho de Vila Pouca de Aguiar, na Região de Trás-os-Montes, como se articulam e podem ser explicadas pelas distintas estratégias familiares e como estas se relacionam com os ciclos de vida das famílias.

Procura-se, ao mesmo tempo apreender, tendo em conta as várias estratégias familiares analisadas, quais as mais significativas em cada tipo de agricultura familiar.

A aplicação de um inquérito simplificado e de um inquérito estruturado, por entrevista, foi considerado o método adequado para a construção de uma tipologia das unidades familiares, baseada nos critérios “fases do ciclo de vida da família” e “origem dos rendimentos dos agregados domésticos”.

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Migrações e Assentamentos Rurais na Amazónia Ocidental Brasileira: O caso Rondônia

Oliveira, V.

Universidade Federal de Rondônia –UNIR Grupo  de Estudos Imigração –GEIMIG-  Centro de Memória Unicamp

Rondônia é um estado situado na região norte do Brasil, mais precisamente  na Amazônia Ocidental. Na década de  setenta do passado século deu-se início  a expansão interna de fronteira e povoamento através da colonização de  Rondônia e do oeste brasileiro.

Por meio do Programa de Integração Nacional (PIN) o governo federal assumiu o processo de ocupação massiva da Amazónia. A intenção do governo militar era diminuir a tensão socio-econômica do Nordeste e do Centro-Sul do país remanejando a mão de obra oriunda do Nordeste para a Amazónia evitando portando  seu deslocamento para  o Centro Sul. Para isto buscou estratégias para  deslocar a fronteira económica através da actividade agrícola até o rio Amazonas, integrar  a estratégia de ocupação da Amazónia e  a estratégia de desenvolvimento do nordeste brasileiro e criar condições para a incorporação da Amazónia à economia de mercado. A abertura da rodovia BR364 serviu como via de penetração destes migrantes e à  especulação financeira. Assim surgiram os primeiros  projectos de colonização em Rondônia através da distribuição de terras  para  o assentamento de famílias de agricultores ao longo da BR364. No período de 1970/1976 o Instituto Nacional de Reforma Agrária (INCRA) implantou nessas áreas cinco Projectos Integrados de Colonização (PIC) e dois Projetos de Assentamento Dirigido (PAD). Entre 1973 e 1985 Rondônia recebeu em torno de cento e dez mil famílias de migrantes, de uma população rural estimada em 23.119 pessoas em 1950 Rondônia   chega a 495.294 em 2000 segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os projectos de colonização e o asfaltamento dês BR364, na década de 80 do passado século, foram determinantes à rápida expansão das actividades agro-pecuárias paralelo ao desmatamento do Estado. O que se observa na actualidade é que cerca de 2/3 dos migrantes aglomeram-se nas novas cidades criadas no eixo das rodovias,  denunciando a incapacidade  das políticas públicas de criar condições de fixação do homem ao campo.  Em Rondônia, o  espaço rural e urbano   se constituem simultaneamente. Não sem contradições,  pois a especulação fundiária é presente no espaço rural e este não alcança absorver a  número de migrantes e produzir alimentos o suficiente para o abastecimento interno, ao mesmo tempo em que ocorre o crescimento desordenado das cidades sem que haja uma infra-estrutura básica.

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Urbanização do Campo Paraense:

uma análise sobre o processo de reforma agrária enquanto instrumento equitativo de ordenamento territorial e acesso à terra

Souza, I. T. R. G 1 & Trindade, S. C.C.2

1 Mestranda em Geografia, pela Universidade Federal do Pará e especialista em Planejamento e Gestão do Desenvolvimento Regional pela Universidade Federal do Pará.isouzam@hotmail.com

2 Professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Pará e doutor em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo.stclair@amazon.com.br    

O contexto rural brasileiro vem adoptando, ao longo de sua existência, inúmeros padrões de desenvolvimento, a partir dos diferentes cenários históricos e políticos, estabelecendo paradigmas ou incorporando novos conceitos à forma de vida no campo. Os novos conceitos sobre o meio rural, de uma certa forma, vem animando os estudiosos e pesquisadores dessa área. Recentemente, a partir dos anos 90, com a valorização da preservação dos recursos naturais, conceitos como sustentabilidade e localidade aliaram-se, remodelando o significado de desenvolvimento no campo, actualmente conhecido como desenvolvimento rural.

O caso do campo paraense vivência situações críticas em seu meio rural, involuindo em sua capacidade e vocação económica, crescendo desordenadamente e potencializando casos de miséria e de pobreza de suas comunidades. Diante do exposto, o principal objectivo desta pesquisa traduz-se na proposição de um modelo de urbanização do campo paraense, contextualizado em valores como equidade e inclusão social, cidadania, associativismo, sustentabilidade, segurança alimentar, pluriatividade, valorização do poder local, representatividade política e respeito às diversidades. O campo paraense precisa encontrar sua identidade, conhecer suas limitações e descobrir seu papel produtivo na conjuntura nacional. Não há mais tempo para estagnação. Esse redescobrimento se faz necessário, pois alicerça-se na extinção da imagem do campo paraense como “cidades não urbanas”.

O presente trabalho constitui-se em compreender de que maneira o “novo mundo rural” reflecte suas estratégias de intervenção no campo paraense, tendo como escopo o processo de reforma agrária, atribuída como uma das modalidades de reivindicação social de maior impacto nas políticas publicas brasileiras, e sua capacidade de transformar e desenvolver o espaço rural, considerando os muitos valores sócio- culturais arraigados (e diferenciados) e que possuem grande relevância para a apreensão da identidade espacial do campo. A percepção dessa problemática na realidade paraense, aliando factores distintos, como territorialidade, localidade e ideologia sócio- política, torna-se um desafio conceitual a ser travado a partir de agora.

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Gabinete de Gestão e Conservação da Natureza

Organização de Congressos e Encontros Científicos em Angra do Heroísmo

Comunidade Científica Local Diversificada: Economia, Ecologia, Agronomia, Planeamento, História, Geografia, Medicina, … Centro de Congressos  para 500 pessoas. Acessibilidade diária à Europa e América. Cidade Património. Áreas Protegidas. Golfe. Acesso à Comunicação Social. Segurança

Universidade dos Açores

Vanda Serpa

Campus de Angra do Heroísmo

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9700 Angra do Heroísmo

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